quinta-feira, 25 de março de 2010

Mostravídeo Itaú Cultural


A Mostravídeo Itaú Cultural apresenta ao público de Belo Horizonte trabalhos inovadores e representativos da produção audiovisual nacional e internacional. Entre abril e novembro de 2010, o cineasta e professor André Costa e o pesquisador de cinema João Dumans se encarregam da curadoria da mostra – que discute, por meio de programações mensais, a “experiência do cinema”, marcada hoje pela convergência de diferentes meios técnicos e estratégias estéticas. Para saber mais sobre a mostra e participar de discussões com curadores e artistas, acesse aqui.

Narrativas à deriva
Personagens colocados à deriva e, junto com eles, as formas de narrar. No limite entre o cinema e as artes plásticas, entre a invenção e o registro documental, entre a realidade e as paisagens do sonho, os filmes da sessão de abril da Mostravídeo buscam caminhos de inovação formal, sem abrir mão de contar suas histórias. Busca que passa por uma necessidade quase natural, já que seus autores se situam à margem dos meios e modelos de produção consagrados às grandes narrativas cinematográficas. Documentaristas, artistas plásticos ou cineastas, são de certa forma os próprios realizadores e suas imagens que se colocam aqui na condição de estrangeiros, seja no mundo, seja no cinema.

SESSÃO 1 - 07.04 19h30


Não surpreende que alguém como Joris Ivens, que dedicou boa parte de sua carreira a registrar o trabalho humano, faça, em seu último filme, um testemunho de seu próprio ofício – nem que escolha, para tanto, uma tarefa tão curiosa quanto “filmar o vento”. Sua dedicação militante ao universo do trabalho, afinal, o conduziu espontaneamente a uma paixão pelos elementos e fenômenos naturais: a terra, o mar, o vento, a chuva. Além disso, para o documentarista holandês, filmar sempre significou menos captar com fidelidade cega os acontecimentos do que transmitir, por meio das imagens, a sensação daqueles que os presenciam.


SESSÃO 2 - 14.04 19h30

Em seus trabalhos, o realizador americano Jem Cohen alia com frequência uma dimensão documental, latente na natureza espontânea e direta de suas imagens, a uma dimensão ensaística e ficcional, por meio de linhas narrativas mais ou menos presentes. Em Chain, esse teor ficcional é bastante acentuado, mas, como sempre em Cohen, flagrantes documentais sutis acabam por constituir uma narrativa à parte. Menos imediatamente poéticas que em filmes anteriores (o que não é necessariamente ruim), suas imagens mostram-se sempre capazes de revelar instantes de beleza por trás das rotinas e roteiros tediosos do consumo contemporâneo.


SESSÃO 3 - 28.04 19h30


Os suecos Peter Fischli e David Weiss são mais conhecidos no meio das artes plásticas do que no do cinema, ainda que o trabalho mais célebre da dupla, The Way Things Go, seja um filme. Nele, como num experimento científico caseiro, uma engenhosa cadeia de eventos é acionada a partir do deslocamento de objetos cotidianos de seu universo de origem. A ironia subjacente a deslocamentos como esses é uma das principais marcas na obra de Fischli e Weiss. Nos filmes desta sessão, no entanto, é menos o deslocamento de objetos do que o de contextos que está em jogo. Os artistas apropriam-se aqui de algumas linhas mestras do cinema de gênero (aventura e policial, notadamente) para compor comédias lacônicas, cheias de tempos mortos e insinuações irônicas.

MOSTRAVÍDEO ITAÚ CULTURAL: ENTRADA FRANCA COM RETIRADA DE INGRESSOS MEIA HORA ANTES DA SESSÃO

Evento: Mostravídeo Itaú Cultural
Local:
Cinema Humberto Mauro
Data:
07, 14 e 28 de abril
Valor:
Entrada franca com retirada de ingressos meia hora antes da sessão
Informações:
3236-7400

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